terça-feira, 6 de março de 2012

O sinal “WOW”, Em 1977, um misterioso sinal foi recebido aqui e é considerado até os dias atuais, o único sinal que possa ter sido emitido por uma civilização extraterrestre.

Há tempos que diversos cientistas tem tentado se comunicar com civilizações inteligentes em outros planetas, mesmo estando muito distantes de nós. Para isso, os pesquisadores utilizam poderosos radiotelescópios, que tem a função de detectar algum sinal extraterrestre vindo de algum do espaço.  É uma busca extremamente demorada, que nunca apresentou nenhuma prova da existência de inteligência extraterrestre. Contudo, em 1977, um misterioso sinal foi recebido aqui e é considerado até os dias atuais, o único sinal que possa ter sido emitido por uma civilização extraterrestre.
Dia 15 de agosto de 1977 e como fazia todas as noites, o radio-astrônomo Jerry Ehman analisava os dados obtidos pelo radiotelescópio Big Ear, da Universidade de Ohio, nos EUA.


Big Ear
Até então, a grande maioria dos sinais captados pelo pesquisador já eram bem conhecidos, e não passavam de emissões emitidas de galáxias ou satélites distantes. Até que  um fraco sinal diferente dos demais começou a aumentar gradualmente até atingir seu ápice, decaindo e desaparecendo em seguida, lentamente. O tempo total de detecção foram exatos 72 segundos e seu pico de intensidade era tão grande, que chegou atingiu além do limite da escala preparada para as observações.
Surpreso e confuso, o Jerry não tinha muito tempo para analisar cientificamente o fato, então escreveu ao lado dos códigos que representavam os sinais, na folha impressa pelo computador, a intensidade do evento que acabara de presenciar: “WOW !”

Observando a posição da antena, os pesquisadores concluíram que as ondas eletromagnéticas detectadas foram emitidas da constelação de Sagitário, com uma freqüência de 1420.4556 MHz, correspondente à linha de 21 cm do hidrogênio, chamada de “janela da água” em radioastronomia.
A estrela mais próxima que existe naquela direção está a  220 anos-luz de distância de nós. Assim, se o sinal partiu mesmo daquela região, foi um evento astronômico de gigantesca potência e que até hoje não foi descoberto pelos pesquisadores.
Apesar de tudo, o que mais intrigou os cientistas e tornou o sinal “wow” particularmente interessante, foi o modo como cresceu e atingiu seu ápice e em seguida, foi diminuindo de intensidade durante  72 segundos. Por que?




O Big Ear não é giratório e está fixo no solo. Seu movimento de varredura é dado pela própria rotação da Terra e capta os sinais provenientes do espaço através de um feixe de recepção bastante estreito apontado para o infinito. Como em todas as antenas parabólicas ou direcionais, a sensibilidade é maior na região central do feixe, diminuindo nas laterais. Assim, sempre que uma fonte de rádio vinda do espaço cruzava o radiotelescópio, essa aumentava de intensidade quando a rotação da Terra trazia o sinal para o centro do feixe e diminuía logo em seguida.
No caso desse radiotelescópio, a largura do feixe de recepção era extremamente estreita, com 8 minutos de arco e qualquer sinal que viesse do espaço levava sempre 72 segundos para atravessar o feixe. E foi exatamente isso o que ocorreu naquela noite.

Hipóteses

Se o sinal fosse proveniente da Terra, a intensidade iria crescer quase que imediatamente e diminuir também de forma abrupta e se o sinal viesse de algum satélite terrestre também não apresentaria o intervalo de detecção de exatos 72 segundos.
Alguns poderiam supor que algum engraçadinho quisesse enganar os pesquisadores, simulando uma transmissão clandestina na faixa da linha do hidrogênio, mas dadas as características do sinal essa hipótese também foi descartada. Para se ter uma idéia, são necessários quase 6 minutos de varredura para cobrir uma região do céu de tamanho angular igual à Lua. Em outras palavras, o engraçadinho teria que ir ao espaço, permanecer imobilizado, ligar seu transmissor e esperar a Terra posicionar a antena do radiotelescópio à sua frente.
Para ser considerado como vindo de um ponto fixo no espaço, o sinal deveria crescer, atingir intensidade máxima e decair conforme a rotação da Terra movimentasse a antena. Além disso, deveria estar na freqüência da linha do hidrogênio, sugerida para tentar contatos extraterrestres. O sinal “WOW” cumpriu todos esses requisitos, caracterizando-o como uma verdadeira emissão vinda de uma fonte fixa do céu, mas de origem desconhecida.
Naquela ocasião, o próprio observatório sugeriu que o sinal poderia ser o reflexo de uma transmissão terrestre, rebatida em algum satélite geoestacionário, mas nenhum satélite encontrava-se naquela posição do céu naquele momento.
Pelas razões apresentadas o sinal “Wow” é um forte candidato SETI (Search for Extra-Terrestrial Intelligence) já que ao que tudo indica, veio de fato do céu e não foi causado por interferência humana.

O radiotelescópio da Universidade de Ohio usava dois feixes para fazer a varredura, ambos situados lado a lado. Qualquer fonte de sinais que viesse do espaço seria captado no primeiro feixe por exatos 72 segundos e 3 minutos depois também seria detectada pelo segundo feixe por 72 segundos, mas isso não aconteceu.
Após o evento, diversas experiências foram feitas em diversos comprimentos de ondas, sempre focadas na mesma direção do céu. Receptores mais sensíveis foram utilizados e diversos intervalos de tempo foram escolhidos na tentativa de se captar algum sinal periódico, mas desde 1977 nenhum sinal que chamasse a atenção foi detectado. Até agora, mais de 30 anos depois, não se chegou a uma explicação lógica sobre a origem do famoso sinal WOW.


Hidrogênio

O hidrogênio é o elemento mais abundante do Universo. Sua freqüência natural de emissão é 1420.4556 MHz, também chamada de linha de 21 cm ou “janela da água”. Por ser o elemento em maior quantidade no universo, os cientistas acreditam que essa também seja a freqüência mais óbvia para se tentar algum contato com outras civilizações, tanto para transmissão como para recepção de sinais. Em 1977 o sinal WOW foi detectado exatamente nessa freqüência.

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