sábado, 24 de março de 2012

O Mistério de Baalbek, a arqueologia moderna, com todos os recursos de que dispõe, é incapaz de explicar. Ninguém sabe quem o edificou, nem quando, nem como. Um conjunto de templos da época romana foi construído

Ao norte de Damasco se estende o terraço de Baalbek: uma plataforma construída com enormes pedras, algumas das quais medem 20 metros de lado e pesam quase 2000 toneladas. Por que e como se construiu o terraço de Baalbek? Quem foram seus construtores? Até agora a arqueologia não pôde oferecer nenhuma explicação convincente. Contudo, o professor russo Agrest acredita ser possível que o terraço represente os restos de uma gigantesca pista de aterrissagem.
Erich von Däniken – Lembranças do Futuro
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O famoso terraço de Baalbek no vale de Beqa’a, Líbano, é uma das cartas fortes dos divulgadores da hipótese de "antigos astronautas", segundo a qual em um passado longínquo, habitantes de outros mundos visitaram a Terra. Esses navegantes dos espaços interestelares teriam deixado como prova de sua passagem mitos dispersos e construções inexplicáveis.

A Lenda

Supostamente, o Grande Terraço de Baalbek é uma dessas construções que a arqueologia moderna, com todos os recursos de que dispõe, é incapaz de explicar. Ninguém sabe quem o edificou, nem quando, nem como. Um conjunto de templos da época romana foi construído entre os séculos I e III d.C. sobre ruínas gregas previas, e os edifícios gregos sobre outras ainda anteriores. O Grande Terraço é uma plataforma construída com as maiores pedras talhadas conhecidas, blocos megalíticos que foram cortados com grande precisão e colocados para formar fundamentos de 460.000 metros quadrados de superfície. Nesta plataforma se encontram os três colossais blocos conhecidos como o Trilithon, cada um dos quais mede quase 20 metros de comprimento, com uma altura de aproximadamente 4 metros e uma largura de 3. O peso de cada um desses monolitos monstruosos foi estimado entre mil e duas mil toneladas; são de granito vermelho, e foram extraídos da pedreira a mais de um quilômetro de distância, vale abaixo em relação à construção. Não existe nenhum mecanismo na atualidade nem nenhuma tecnologia moderna capaz de mover seu grande peso e colocá-o precisamente nesse lugar. É ainda mais extraordinário o fato de que na pedreira exista um bloco ainda maior, conhecido pelos árabes como Hajar el Gouble, ou Pedra do Sul. 
Naturalmente, com respeito a tudo isto, a ciência oficial permanece em um silêncio embaraçoso.
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Vista da "Pedra do Sul" ou "Hajar o Gouble". Este monstruoso megalito de mais de mil toneladas de peso não chegou a sair da pedreira em que foi talhado.
Em 1851, o estudioso francês Louis Felicien de Saulce, que mais tarde realizaria uma das primeiras escavações sistemáticas de Jerusalém, permaneceu em Baalbek dois dias, de 16 a 18 de maio, e se convenceu de que a fundação do Grande Terraço eram os restos de um templo pré-romano; e registrou esta opinião em seu livro “Voyage autour de la Mer Morte” (“Viagem ao redor do Mar Morto”) que data de 1864.
Contudo, a hipótese de origem extraterrestre do terraço de Baalbek não tardaria em chegar. O primeiro a expô-la foi o físico bielorrusso Matest M. Agrest, em 1959. Agrest é considerado como o primeiro cientista a avançar a hipótese de que a Terra foi visitada em tempos pré-históricos por inteligências vindas do espaço exterior; seu famoso artigo “Astronautas da Antigüidade” (Kosmonaute Drevnoste) foi publicado em 1961. Em sua hipótese, Agrest dá uma grande importância à história bíblica de Enoque, e à obscura referência do Gênesis que fala dos Nefilin. Ele propôs que as pedras são prova dessas visitas extraterrestres e que o que realmente ocorreu em Sodoma e Gomorra foi uma explosão nuclear. Para Agrest, o Grande Terraço teria sido uma pista de aterrissagem para os cosmonautas da antiguidade. Curiosamente, a única fonte de informação de Agrest com respeito a Baalbek parece ter sido um indefinido livro publicado em Paris em 1898.
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Matest M. Agrest
A hipótese de Agrest em relação a Baalbek em particular, e aos “Antigos Astronautas” em geral, fez escola. Já vimos no início uma citação tomada de um dos livros de Erich von Daniken; Zacharia Sitchin também segue esta mesma linha. As inumeráveis toneladas dos blocos de Baalbek parecem ser tão fascinantes que existem autores que não resistem mencioná-as, mesmo que não tenham nada a ver com o tema de que estão tratando; por exemplo, Charles Berlitz, que no meio de um catálogo de maravilhas que aparece em sua magna obra “O Triângulo das Bermudas” menciona “as enormes pedras das fundações do templo de Júpiter, em Baalbek, Síria, colocadas ali muito antes da construção do templo e uma das quais pesa 2000 toneladas”. Nós sabemos que na verdade Baalbek não se situa na Síria, mas no Líbano, mas deixemos de lado este pequeno lapso.
É possível notar que as especulações que atribuem o Terraço de Baalbek à ação dos “Antigos Astronautas” partem de dois pressupostos básicos: que a plataforma foi construída em um passado muito remoto, muito antes dos templos que o coroam, e que o peso dos grandes blocos supera a capacidade de transporte da tecnologia humana da época em que se levantou a plataforma (e mesmo dos dias de hoje!). Mas até que ponto estas suposições são corretas? Se seguirmos ao pé da letra a lenda, tal e como se repete tantas vezes, só podemos concluir que as ruínas de Baalbek são simplesmente impossíveis e inexplicáveis, um mistério sem solução humana. No entanto existem alguns fatos que não estão incluídos na lenda; e é nestas curiosas omissões que reside a chave do “mistério”. Vejamos quais são esses fatos.

O local

Baalbek (ou Balbek) se encontra no leste do Líbano, no famoso vale de Beqa’a, entre os rios Litani e Asi (o antigo Orontes), sobre a vertente ocidental do Antilíbano. Localiza-se no cruzamento de duas rotas comerciais de importância histórica, uma entre o Mediterrâneo e a Síria Interior, e a outra entre o norte da Síria e o Norte da palestina. Está aproximadamente a 86 quilômetros de Beirute, e 56 de Damasco. Todavia hoje é um importante centro administrativo e econômico do vale de Beqa’a. Encontra-se conectado por via férrea com Beirute, Damasco e Alepo.
As origens de Baalbek são obscuras. Foram realizadas tentativas tanto conjeturais como inconclusivas de identificá-la com Baal Gad (Josué 11–17; 13–5) ou Biqueat–Aven (Amos, 1–5). Por sua parte, Velikovski tentou identificá-la com a Dan bíblica. Foi sugerido também que em sua origem foi uma cidade fenícia, centro do culto ao deus babilônico Baal–Hadad, e seu nome significaria “Cidade de Baal”; posteriormente, os gregos assimilariam esta deidade a Helios, daí que passara a chamar-se Heliópolis. Contudo, não existe nenhuma evidência arqueológica desse suposto assentamento fenício inicial, e dada a ausência de referências nas fontes históricas de um assentamento semelhante, o mais provável é que este tenha sido um de muita pouca importância ou, muito mais provavelmente, inexistente. O nome “Baalbek”, contra o que poderia parecer, não denota uma incomensurável antiguidade. Nem foi usado durante a época romana, nem existe evidencia de que tenha sido utilizado alguma vez anteriormente a ela. Não parece muito provável que o local tenha começado a ser chamado “Baalbek” em honra a um Baal qualquer em tempos posteriores, pois então a região já havia sido cristianizada, para ser mais tarde submetida ao Islamismo
. É quase certo que Baal não teve nada a ver com o nome da cidade; posteriormente à época romana o nome do lugar foi “Bal Bekaa”, que significa simplesmente “vale de Bekaa” (ou vale de Beqa’a), nome que conservou até o século XIX. 

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