terça-feira, 6 de março de 2012

Alguns métodos para viajar no tempo

    Estamos ainda muito longe de realizar uma viagem no tempo e os próprios físicos reconhecem isso. A Teoria da Relatividade de Einstein prevê viagens no tempo (não se sabe se o viajante poderia voltar ao tempo original), mas do ponto de vista prático, a tarefa se torna quase que impossível, visto que nosso universo deveria ter características que não tem (ou não conhecemos). Se fosse possível andarmos mais rápidos que a luz, então a viagem no tempo seria perfeitamente possível, mas se isso for verdade, a Teoria da Relatividade é falha.
Stephen Hawking sugeriu que a ausência de viajantes do futuro é um excelente argumento contra a viagem no tempo. Mesmo que fosse concretizada, a viagem para o passado ainda renderia alguns paradoxos, onde o principal é o paradoxo do avô, que resumidamente trata-se de uma pessoa que volta ao passado e mata seu avô antes que ele conhecese sua avó. Sendo assim, como essa pessoa poderia existir? Mais um argumento a favor daqueles que são contra a viagem no tempo. Entretanto, os cientistas teoricamente desenvolveram alguns métodos para viajar no tempo:

Buracos de minhoca

Buraco de minhoca
Os buracos de minhoca são estruturas semelhantes à túneis e foram propostos como alternativas para viajar no tempo. Uma estrutura dessas teoricamente funciona da seguinte forma: Uma das extremidades do buraco é acelerada até velocidades muito próximas a da luz, possivelmente com a ajuda de alguma sofisticada nave espacial, e na sequência, desacelerado até a velocidade original. Por causa da dilatação do tempo, na parte acelerada do buraco de minhoca o tempo passou muito mais lentamente. Qualquer coisa que entrasse na estrutura pela parte não acelerada viajaria até a outra extremidade até o passado.
Entretanto, esse método possui uma limitação (ou várias): é impossível viajar a um período anterior à criação do buraco, pois  na prática, cria-se um túnel para uma região que ficou parada no tempo. Então, a suposição de Hawking é incorreta, pois o primeiro buraco de minhoca ainda não foi criado, e portanto, através desse método é impossível que haja viajantes do tempo entre nós.
Claro que criar uma estrutura dessas não seria nada fácil. A energia necessária para criar um buraco de minhoca suficientemente grande e estável para comportar uma nave e para mover uma de suas pontas a enormes velocidades é milhares de vezes a energia que o Sol produz ao longo de toda a sua existência. Alguém arriscaria dizer do que esse buraco de minhoca poderia ser feito? Os físicos acreditam que um estrutura tão complexa como essa só possa ser construída com matéria exótica (negativa), cuja existência ainda não comprovada (apesar de não ter sido descartada sua existência).

Rotação de um cilindro

Isso mesmo. Outro método para viagens no tempo é a rotação de um cilindro. Mas não é um cilindro qualquer; tem de ser um cilindro longo, denso e deve rodar à volta de seu eixo a altas velocidades. Se uma nave espacial seguir um percurso em forma de espiral ao redor do cilindro, conseguirá voltar no tempo. Obviamente há limitações: a densidade e as velocidades necessárias são tão altas que não há nenhuma substância conhecida suficientemente forte para construir o equipamento.
O físico Robert Forward observou que uma ingênua aplicação da teoria da relatividade para a mecânica quântica sugere outro modo de construção de uma máquina do tempo. Um próton num poderoso campo magnético se deformaria num cilindro, cuja densidade e rotação seriam fortes o bastante para a construção de uma máquina no tempo. Raios gama projetados no cilindro permitiriam que informações fossem emitidas para o passado, entretanto a matéria não. Mas até que não se una a relatividade geral com a mecânica quântica, fica impossível saber se essa teoria é ou não absurda.

Cordas cósmicas

Outra hipótese para a viagem no tempo é através das cordas cósmicas. A teoria foi proposta pelo físico da Universidade de Princeton, Richard Gott em 1991. Como o próprio nome diz, são estruturas em forma de corda que alguns pesquisadores acreditam que possam ter surgido nos primórdios do universo.
Essas cordas poderiam cobrir toda a extensão do cosmo e estão sob uma enorme pressão, de milhões de milhões de toneladas. Essas cordas cósmicas são mais finas que um átomo e criariam uma gigantesca quantidade de atração gravitacional sobre qualquer coisa que passe próximo delas.  Os objetos presos a uma corda cósmica seria capaz de viajar a velocidades inimagináveis, pois a força gravitacional das cordas distorce o espaço-tempo, e poderia ser usadas em viagens no tempo. Se aproximássemos duas cordas cósmicas ou uma delas à um buraco negro, seria possível deformar o espaço-tempo o suficiente para gerar curvas temporais fechadas.
Uma nave espacial, usando a gravidade produzida pelas duas cordas poderia se lançar para o passado. Para isso, ela teria de fazer um trajeto circular em torno das cordas cósmicas.
Claro que há muitas dúvidas sobre a real existência das cordas cósmicas e se existirem, como são. Para voltar um ano no passado, segundo o próprio Gott, seria necessário um laço de corda que tivesse metade da massa-energia de uma galáxia. Também seria impossível voltar o momento anterior da criação das cordas cósmicas.
***
Devido à essas várias limitações em todos os métodos, talvez somente uma civilização muito mais avançada tecnologicamente que a nossa possa conseguir algo parecido, mas quem sabe daqui a alguns milhares de anos, não possamos estar evoluídos o suficiente para poder viajar no tempo. E você, leitor, acredita que um dia seremos capaz disso?

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