Os cientistas
já conseguiram explicar muita coisa sobre nosso universo, mas
certamente não tudo. Provavelmente a maioria das peculiaridades do mundo
nós ainda nem conhecemos ou não fazem nexo para nós, como estrelas que
brilham demais sem razões, ou que conseguem orbitar próximas a buracos
negros sem serem engolidas. Enfim; anormalidades que não entendemos como
são possíveis, pelo menos por enquanto.
V838 Monocerotis
Em fevereiro de 2002, essa estrela ainda
não reconhecida, há cerca de 20 mil anos-luz de nós, atingiu uma
luminosidade um milhão de vezes maior do que o sol. No mês seguinte, o
evento aconteceu de novo. E depois, em abril, pensou-se que era uma
estrela do tipo nova, explosão que aumenta o brilho de uma estrela. Mas
as novas não acontecem três vezes seguidas e depois param. Seriam duas
estrelas colidindo? Ou uma estrela engolindo três planetas gigantes? Que
&*¨%$#@ é essa? A única coisa de que os cientistas têm certeza é
que a luz refletida na poeira ao seu redor gerou cores maravilhosas.
Retardatários azuis
Densos agrupamentos estelares da Via
Láctea abrigam uma série de estrelas avermelhadas, com pouca
luminosidade e muito antigas, a maioria com mais de dez bilhões de anos.
Alguns poucos agrupamentos, entretanto, brilham em azul e branco – o
que sugere a presença de estrelas quentes, novas e brilhantes. Agora, os
cientistas pensam que esses “retardatários azuis” são tão antigos
quando os outros, mas de alguma maneira rejuvenesceram. Algumas estrelas
podem ter sugado o gás de outras vizinhas ou serem o resultado da fusão
de duas mais antigas.
Sagitário A*
Sagitário A* é uma fonte de ondas de rádio
no centro da Via Láctea, onde se imagina que exista um buraco negro
gigantesco, com quatro milhões de vezes a massa do sol. Em algumas
galáxias, um buraco negro desse tipo seria uma terrível fonte de
radiação. Mas não é o caso do nosso. Sagitário A* possui uma quantidade
pequena de gás, e parece ser um pouco ineficiente em converter isso em
calor e luz.
S2
S2 não é um coração virtual. É uma estrela
azul-branca rápida e intensa, para a qual não temos explicações. Ela
faz sua órbita muito perto do buraco negro central, o Sagitário A*, a
uma velocidade de até cinco mil quilômetros por hora. A essa distância, a
gravidade do buraco negro não deveria permitir que as nuvens de gás se
condensassem para formar novas estrelas. Esse comportamento até poderia
acontecer com estrelas mais velhas, mas não uma tão jovem, com não mais
do que dez milhões de anos.
SDSS J102915+172927
A maior parte das estrelas atuais contém
uma pequena quantidade de elementos pesados, herdados de gerações
estelares antigas. Não no caso dessa, localizada mais de quatro mil
anos-luz de nós. Descoberta no ano passado, ela é formada praticamente
por hidrogênio e hélio, com apenas 0,00007% de outros elementos. Essa
composição é similar à matéria do Big Bang. Essa quantidade de gás puro,
sem o carbono e o oxigênio que normalmente ajudam as nuvens de gás a se
resfriarem e condensarem, era para estar presente apenas em estrelas
jovens e colossais. Ninguém sabe ainda como esse objeto se formou.
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